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Agronegócio

Safra da uva 2024: alto volume de chuva causou queda na produtividade na região 

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Os produtores da região do Vales da Uva Goethe preparam o início da Vindima, a colheita da uva. A safra  2023-2024 enfrenta alguns desafios devido a condições climáticas adversas, marcadas por muita chuva e umidade. A influência do El Niño causou perdas na produtividade em relação à última safra. A Família Quarezemin possui 10 hectares de uva Goethe, sendo quatro hectares destinados para a fabricação do vinho, o restante é vendido in natura, além de dois hectares de niagara rosada.  “Vamos começar a colher após o dia 15 de janeiro.Estamos prevendo uma perda de 30 a 40% esse ano devido às chuvas, mas estamos otimistas porque a qualidade do fruto está muito boa”, destaca o presidente da Progoethe, Guilherme Facanali Bianchini, sócio-administrador da vinícola Quarezemin, em Içara.  

No Vales da Uva Goethe, são mais ou menos 50 hectares plantados, sendo que a região é a única que cultiva essa variedade típica e rara. O pesquisador da Epagri Emilio Della Bruna, explica como as condições climáticas adversas influenciaram a safra. “ Foi um ano atípico, com um inverno muito quente e com muita chuva principalmente durante a floração e tudo isso prejudicou a produtividade. Na produção de niagara rosada, a quebra foi ainda maior, chegou a 85%, dos 300 hectares cultivados na região”, pontua. 

Boa com a qualidade da uva deve minimizar prejuízos 

Se a quantidade colhida será menor, a boa qualidade do fruto deixa os produtores otimistas. A expectativa é que o sol e o calor neste período que antecede a colheita contribua para a boa maturação dos frutos.“No período da floração houve muita chuva , prejudicando a polinização , sendo assim ficou com uma produção pequena,com uma queda de até 50%. Mas enfim está chegando o amadurecimento,e neste período o tempo está colaborando, com dias secos ótimos para a fruta concentrar o açúcar, os aromas, e o nível de acidez”, esclarece Gilmar Trevisol, da Vinícola Trevisol. 

Na Vinícola Bianco, em Orleans, a colheita dos primeiros cachos de uva nos 5 hectares cultivados começa na próxima semana. “Se confirmar as previsões do tempo que colocam o mês de janeiro mais seco, sem muita chuva teremos uvas de excelente qualidade”, diz o agrônomo e sócio da Vinícola Bianco, Antonio Bianco.

Raro e único no terroir brasileiro 

Cada vinho é único, e o vinho Goethe além de único é típico e raro, produzido apenas na região do Vales da Uva Goethe.  Entre as diversas razões que tornam cada garrafa tão especial está o selo de Indicação Geográfica, o primeiro conquistado por Santa Catarina. O clima é um dos fatores que está presente no terroir das garrafas. O terroir é um conjunto de fatores, como clima, topografia, geologia, castas, e também a cultura, história, tradição e ao saber fazer regional. A maior parte da uva Goethe é destinada para a produção do vinho, e as vinícolas que não possuem parreirais próprios, compram a fruta de produtores da região. 

A Casa Del Nonno, possui  8 hectares da Goethe, e incluiu mais de 100 pés de de duas novas variedades em fase de experimentação, que devem produzir os primeiros frutos em três anos. “A expectativa é boa em relação a qualidade, mas teremos uma redução na quantidade devido às chuvas que aconteceram durante a floração das videiras”, fala o enólogo Matheus Damian.  

Na Vigna Mazon, são cultivados  1,5 hectare de uva goethe, o que representa 1 terço da  produção, cerca de 15 toneladas, o restante da fruta utilizada na fabricação do vinho vem de famílias de produtores rurais da região. Além disso, na vinícola também são cultivadas as uvas niágara e bordô, esta última é típica americana e utilizada para elaboração de sucos e geleias.  “Cultivamos ainda a Goethe Primus, uma mutação que se adaptou muito bem a esse território. Enquanto a clássica, tem uma coloração que puxa um verde com rosa e amarelo dourado, com uma acidez mais acentuada, própria para espumantes. A Primus quando madura, vai para um verde água, é mais leve, boa para elaboração de vinhos tranquilos”, finaliza Patrícia Mazon.

XVI Vindima Goethe inicia 13 de janeiro 

As seis vinícolas participantes prepararam uma programação especial para receber os turistas e visitantes. São sunsets, piqueniques, degustações, cinema ao ar livre e atrações artísticas, de 13 a 28 de janeiro de 2024, com programação especial nas vinícolas associadas a Progoethe: Vinícola Casa Del Nonno, Vigna Mazon, Vinícola De Noni, Vinícola Trevisol, Vinícola Bianco e Vinícola Quarezemin.

  Além disso, a Progoethe organiza com apoio da Prefeitura de Urussanga, dia 19 de janeiro às 18h30 a missa para abençoar as mãos que colhem na Matriz Nossa Senhora da Conceição, às 19h30 a Vindima in Festa, evento aberto ao público no salão da igreja.  

São patrocinadores do evento: Sebrae, BRDE,Unesc,Olim Agro. Parceria oficial: Prefeituras de Urussanga, Cocal do Sul e Orleans. Apoio: Epagri

Agronegócio

Orleans envia à Câmara projeto que cria o Programa Agro 360

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O prefeito de Orleans, Fernando Cruzetta, encaminhou nesta segunda-feira (28) à Câmara de Vereadores o projeto de lei que institui o Programa Agro 360. Considerada uma das principais propostas da atual gestão para o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento rural, a iniciativa foi lida no expediente da sessão ordinária desta noite.

O Agro 360 reúne uma série de incentivos financeiros, operacionais e estruturais para apoiar a produção agropecuária, melhorar a infraestrutura das propriedades e ampliar o acesso à tecnologia e serviços no campo.

Segundo Cruzetta, o programa é voltado a produtores rurais que comprovem atuação em Orleans e estejam com as obrigações em dia junto ao município.

“Este programa nasce com o propósito de cuidar de quem produz e alimenta nossa cidade e região. Estamos aplicando técnica e responsabilidade para construir uma política pública permanente, que valorize o trabalho no campo e promova o desenvolvimento rural com dignidade e inovação”, afirmou.

O secretário de Agricultura, Guilherme Orbem, destacou que a proposta foi construída a partir de diagnósticos técnicos, diálogo com o setor produtivo e referências em boas práticas.

“É um passo histórico para Orleans. O programa consolida uma política pública moderna, ampla e baseada na realidade dos nossos agricultores. A proposta garante imparcialidade na distribuição dos recursos”, ressaltou.

A expectativa da Prefeitura é de que o projeto seja analisado e votado pela Câmara nas próximas semanas, com implantação prevista ainda para o primeiro semestre de 2025. A iniciativa se soma a outras ações já em curso, como os investimentos em equipamentos agrícolas, apoio a cooperativas e melhorias na infraestrutura rural, como estradas.

“A agricultura representa 35% da nossa economia. Com o Agro 360, estamos entregando uma política agrícola com visão de futuro e compromisso com quem produz”, finalizou Cruzetta.


Os principais pontos do Programa Agro 360

Bônus fiscal e apoio a agroindústrias

  • Bônus fiscal anual de até R$ 1,2 mil, com base na emissão de notas fiscais da produção.
  • Apoio adicional de 1% sobre o faturamento, limitado a R$ 1 mil, para agroindústrias e produtores que participam de feiras e eventos.

Apoio à produção e infraestrutura rural

  • Incentivos financeiros para atividades como apicultura, silagem, preparo de solo e distribuição de adubo ou calcário.
  • Concessão de horas-máquina para serviços da patrulha mecanizada municipal.

Inovação e melhoria das propriedades

  • Subsídio à piscicultura, por metro quadrado de área alagada, com apoio à limpeza de açudes.
  • Incentivo à plasticultura, mediante comprovação de atividade comercial.

Saúde e produção animal

  • Ressarcimento por inseminação artificial bovina, de acordo com o faturamento e condição sanitária do rebanho.
  • Incentivo por exames de Brucelose e Tuberculose.
  • Auxílio por óbito de animal bovino, mediante comprovação.

Educação e inclusão digital

  • Auxílio escolar para filhos de agricultores matriculados em cursos técnicos ou superiores na área agrícola.
  • Ressarcimento de infraestrutura para acesso à internet rural, com possibilidade de cessão de postes para cabeamento óptico.

Manutenção de estradas rurais

  • Autorização para o município realizar manutenção de estradas vicinais que atendam residências e áreas de escoamento da produção.
  • Para acessos diretos às lavouras, o programa prevê subsídio proporcional ao faturamento do produtor.
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Agronegócio

Urussanga receberá Seminário de Desenvolvimento Rural

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A Prefeitura de Urussanga, em parceria com a Secretaria da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (SAR), a Epagri e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Urussanga e Cocal do Sul, realiza no dia 27 de fevereiro o Seminário de Desenvolvimento Rural. O evento será no Centro Comunitário Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, das 13h30 às 17h30. A participação é gratuita e aberta a produtores rurais e todos os interessados no desenvolvimento do setor no município.

A programação conta com palestras ministradas por especialistas da área. A abertura oficial, prevista para as 13h30, contará com a presença de autoridades locais e estaduais, incluindo o presidente da Epagri, Dirceu Leite.

Em seguida, o extensionista rural Henrique Viana e Silva apresentará um panorama da agropecuária de Urussanga e suas potencialidades. Na sequência, Léo Teobaldo Kroth, diretor de Cooperativismo e Desenvolvimento Rural da Secretaria de Estado da Agricultura, abordará os programas estaduais voltados ao setor.

O evento também reservará um espaço para que representantes de instituições financeiras parceiras compartilhem informações sobre linhas de crédito e apoio ao setor agropecuário. A programação será encerrada com a palestra “Do Campo à Inovação: A Importância do Conhecimento no Setor Agropecuário”, ministrada por Edilene Steinwandter, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri/Cepa.

Dentre as autoridades confirmadas para o evento, estarão presentes a prefeita de Urussanga, Stela Dagostin Talamini, o vice-prefeito Renato Bez Fontana, o presidente da Epagri, Dirceu Leite, o secretário municipal de Agricultura, Genevaldo Cardoso, além de gestores da Epagri e da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

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Agronegócio

Safra de mandioca 2025 sinaliza crescimento e inovação na agricultura

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O Litoral Sul de Santa Catarina inicia 2025 com boas perspectivas para a safra de mandioca, com um incremento significativo tanto na área plantada quanto na produtividade. Com cerca de 6 mil hectares dedicados ao cultivo para indústria, a região responde por 90% da área plantada no Estado. De acordo com Darlan Rodrigo Marchesi, da Gerência Regional da Epagri, as condições climáticas favoráveis prometem uma produção que pode superar 175 mil toneladas de mandioca; aumento, este, que destaca a importância do setor para a economia regional.

“A safra 2024-2025, que teve início em agosto e fortalecimento em setembro e outubro, beneficia-se das condições ideais de precipitação e temperatura, permitindo um ótimo desenvolvimento das plantas. A produtividade, que esperamos ser 20% a 22% superior ao ano passado, mostra como o clima importa, principalmente quando aliado ao uso eficaz de tecnologias agrícolas avançadas”, comenta ele.

O emprego de práticas como o plantio direto e o uso de coberturas vegetais, junto à seleção de variedades de qualidade, contribuem para o resultado. “Cerca de 47% da área é plantada na região é com a cultivar Sambaqui, desenvolvida pela Epagri e conhecida por seu alto rendimento de amido, o que é ideal para o mercado industrial”, acrescenta Darlan.

Perspectivas de mercado e impacto industrial


A indústria entra no cenário com o objetivo de valorizar o produto como um verdadeiro recurso econômico. Exemplo disso é o beneficiamento feito pela Rocha Alimentos, a maior compradora de raízes para processamento no Estado. O CEO da empresa, Cloudo Rocha, destaca que a colaboração com mais de 200 agricultores familiares fortalece a cadeia produtiva da mandioca, impulsionando a inovação e a sustentabilidade dentro do setor. “Pretendemos aproveitar ao máximo a safra deste ano, para continuar fornecendo produtos de alta qualidade para o mercado”, expõe.

Além de alimentar o mercado de derivados de mandioca como farinhas e tapiocas, a safra também sustenta a comercialização de aipim, com cerca de 6.600 hectares cultivados e destinados ao consumo direto em Ceasas, supermercados e restaurantes. “As possibilidades que o alimento proporciona são muitas. Um cultivo comum e tradicional na nossa região, muitas vezes familiar, que movimenta toda uma cadeia produtiva e econômica”, pontua Darlan.

Preparação para o futuro


Com a temporada de colheita se aproximando, os preparativos estão a todo vapor. “No ano passado, adquirimos uma colheitadeira automatizada, para ajudar os parceiros neste momento, que costuma ser o mais difícil. Com a inovação, esperamos contribuir com o aumento na eficiência e redução de custos, beneficiando todos os envolvidos na cadeia”, comenta Cloudo.

Além disso, complementa Darlan, no mês de maio a Epagri realizará um evento de abertura de colheita da mandioca. “Outro ponto de destaque neste ano é que realizaremos um curso, entre março e maio, no extremo Sul catarinense, envolvendo os produtores dos municípios de São João do Sul, Sombrio e Araranguá”, diz, ao lembrar: “este tipo de ação tem gerado uma qualificação bastante grande, sobretudo para os jovens agricultores que têm se preparado cada vez mais para ter bons rendimentos”.

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