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Blog Anderson de Jesus

A vida e o legado de Ruy Hülse

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“Se eu nada tivesse feito como prefeito, e tivesse implantado a Fucri, que deu origem à Unesc, eu já estaria realizado”. Entre tantos feitos na vida pública, Ruy Hülse usou a frase para salientar a importância do ato de criação da Fundação Educacional de Criciúma, em 1968, quando ele era prefeito da maior cidade do Sul catarinense. A região, que tanto o admira, se despede desta grande personalidade, que faleceu nesta segunda-feira (12/08), aos 98 anos. 

A instituição de uma unidade de ensino superior demonstrava a visão de futuro que o acompanhou durante toda a vida. 

“Ruy Hülse deixa um legado inestimável, não só em Criciúma, mas em todo o estado de Santa Catarina. Ele foi um visionário, um catalisador de mudanças e um verdadeiro defensor dos interesses de nossa cidade, como exemplo desta visão de futuro, está a criação da Fucri, uma das contribuições mais marcantes do ex-prefeito de Criciúma. O compromisso com o desenvolvimento intelectual e cultural de nossa região foi exemplar, e isso se materializou na fundação de uma Instituição de Ensino Superior que se tornou a Unesc, maior Universidade Comunitária do Sul catarinense”, salienta a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta.

“Ruy Hülse foi um líder comprometido com o desenvolvimento econômico e social de Criciúma e do estado com iniciativas inovadoras e projetos que visavam melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos. Sua integridade, ética e paixão pelo serviço público servem de inspiração para as gerações presentes e futuras. A memória de Ruy permanecerá viva em nossos corações e mentes, como um símbolo de perseverança, generosidade e dedicação ao bem comum. Que seu legado continue a iluminar o caminho daqueles que lutam por um futuro mais justo e próspero”, acrescenta.

Vida e obra

Filho de Heriberto Hülse e Lucila Corrêa, Ruy nasceu no dia 7 de fevereiro de 1926, no bairro Santo Antônio, em Criciúma, e tinha a política na veia, já que o pai havia sido deputado estadual, vice-governador e governador de Santa Catarina.

Ruy Hülse estudou no Grupo Escolar Lapagesse e no Grupo Escolar Lauro Müller, este em Florianópolis, onde também concluiu o curso ginasial, no Colégio Catarinense, em 1942. Realizou o curso colegial no Colégio Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e cursou Engenharia de Minas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1950.

Foi na capital gaúcha que ele casou com Maria de Lourdes Candiota Hülse, em 15 de setembro de 1951, com quem teve três filhos: Lilian, Sérgio e Heriberto Hülse Neto.

Voltou para Criciúma formado para exercer atividades no ramo carbonífero, após ser contratado como engenheiro. Foi ainda gerente Industrial da Companhia Brasileira Carbonífera Araranguá (CBCA), em 1951 e diretor Industrial e Comercial da Cerâmica Criciúma S/A (Cecrisa), entre 1971 e 1991. 

Pela União Democrática Nacional (UDN), foi eleito três vezes deputado estadual e ocupou funções na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Assumiu o cargo de governador do Estado por 11 dias em 1960, durante o Governo de Heriberto Hülse, seu pai, que se afastou para tratamento de saúde.

Em 1965, foi eleito Prefeito de Criciúma, para o mandato de 1966 a 1970, época em que criou a Fucri. Além disso, conseguiu junto ao Governo Federal, a implantação da BR-101 a partir de Criciúma, entre outras realizações.

Foi ainda secretário Municipal de Desenvolvimento da Prefeitura de Criciúma, na gestão do prefeito Altair Guidi, e secretário adjunto de Tecnologia, Energia e Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina, em 1994, sendo titular Ruberval Pilotto. 

Em 1997, assumiu a presidência do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc), onde também foi presidente de honra.

Em 2016, aos 90 anos, lançou o livro Ruy Hülse, autobiografia o. Em 2018, lançou outro, intitulado “O Carvão Mineral em Santa Catarina: uma visão fotográfica”, com imagens do fotógrafo Pedro Malamam, organizado por  Mônica Becker Millon, Ricardo M. Peçanha e Jesse Otto Freitas.

Visão de futuro que originou a Fucri

Junho de 1968. O inverno criciumense guardava mais que o frio característico da época. Nos dias 22 e 23, a Câmara Júnior, em parceria com a Prefeitura, promoveu o primeiro Seminário de Estudos Pró-Implantação do Ensino Universitário no Sul Catarinense. E já no primeiro dia do evento, que contou com presença maciça da comunidade no auditório do Colégio São Bento, o prefeito Ruy Hülse, após dois anos no governo, sancionou a Lei nº 697/68, que instituiu a Fundação Universitária de Criciúma (Fucri).

O projeto já havia sido encaminhado à Câmara de Vereadores no início do mesmo mês, sendo aprovado por unanimidade no dia 18, em duas votações. O Ensino Superior em Criciúma agora era palpável, mesmo quatro anos depois da vizinha Tubarão ter instalado a sua primeira escola superior. Mas ainda havia muito a percorrer. Era preciso ajustar a documentação, ter um corpo docente e uma estrutura. 

O primeiro passo foi a criação e nomeação do Conselho Curador, do Conselho Técnico-Pedagógico e da Diretoria Executiva. Para diretor, Ruy Hülse nomeou o Irmão Marista Walmir Antonio Orsi, até então responsável pela Satc.

Depois disso, o prefeito doou um prédio para a Fucri, afinal as fundações precisam ter um patrimônio. O imóvel em questão é o prédio onde atualmente funciona a Casa da Cultura, na Praça Nereu Ramos. 

Com a mantenedora estruturada e com a administração funcionando no andar superior do daquele imóvel, 1969 foi dedicado a criar a primeira unidade de ensino, surgindo assim a Faculdade de Ciências e Educação (Faciecri), com os cursos de Matemática, Desenho, Ciências e Pedagogia, todos nas salas de aula do Colégio Michel. Além deste, a Fucri assinou convênios com a Satc e o Colégio Marista para utilização da infraestrutura.

Doutor Honoris Causa

A Fucri foi concebida como um centro de excelência educacional que visava proporcionar oportunidades de aprendizagem de alta qualidade para os jovens da época. Com o passar dos anos, a instituição cresceu e evoluiu, até que, na década de 1990, transformou-se na Unesc, uma das principais instituições de ensino superior do Sul do Brasil e única Universidade Comunitária da região. 

Como reconhecimento ao idealizador, a Unesc entregou o título de Honoris Causa a Ruy Hülse em 14 de março de 2016, maior honraria que uma instituição de ensino superior do Brasil pode conceder. 

“Receber essa honrosa homenagem me faz lembrar de fatos marcantes da minha história. Estar aqui hoje me deixa profundamente grato e envaidecido. Estive no passado olhando para o futuro, e hoje, no presente, estou vendo uma Universidade que está formando as gerações futuras e sendo responsável pelo desenvolvimento socioeconômico da região Sul do estado”, falou Hülse na época. 

A Unesc mantém a cultura de nomear o seu patrimônio com o nome de personagens que contribuíram ou contribuem com a Instituição, como forma de homenageá-las em vida. Ruy Hülse é um destes, ao ter o nome no maior auditório do campus, em Criciúma. 

Em 2022, a Instituição fez mais uma homenagem ao ex-prefeito de Criciúma: instituir o Prêmio Unesc de Jornalismo, a Universidade entregou o Troféu Ruy Hülse na primeira edição. 

Além disso, o criciumense recebeu diversas outras homenagens, entre elas, o reconhecimento da Assembleia Legislativa, em 1999, pelas legislaturas exercidas e a Comenda do Legislativo, maior honraria concedida pela Alesc.

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Câmara vai criar Medalha Zefiro Giassi para homenagear empresários de Içara

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Começa a tramitar hoje na Câmara de Içara um projeto de resolução que cria uma comenda do mérito empresarial na cidade. A proposta é do presidente do Legislativo, vereador Eduardo Duca Zatta.

Segundo ele a proposta vai reconhecer todos os anos os empreendedores que são destaque no município e em contrapartida reconhecer um dos maiores nomes do setor empresarial de Santa Catarina.

“É um projeto de resolução de minha autoria. Pela proposta, todo mês de maio cada vereador vai escolher um empreendedor da cidade para ser homenageado com a Medalha Mérito Empresarial Zefiro Giassi. É um reconhecimento aos nossos empreendedores e uma homenagem a memória do seu Zefiro”, justifica.

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Cooperaliança da início na obra de implantação da terceira subestação

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Equipes da Cooperaliança estão realizando os primeiros movimentos para a implantação da terceira subestação da empresa. A obra será realizada na comunidade de Sanga Funda. O investimento é de R$ 7 milhões e a projeção feita pelo presidente Reginaldo de Jesus é de que o sistema entre em operação no ano que vem.

“Estamos iniciando toda parte civil e de barramentos e estruturas diversas. Mas é preciso lembrar que a obra só será finalizada com a chegada do transformador. Esse equipamento tem prazo de 12 meses para ser entregue então a previsão é que o início da operação ocorra no ano que vem”, adianta.

Segundo Dede, o investimento é justificado pelo crescimento constante na demanda. O presidente da Cooperativa lembra que também já há a projeção de uma quarta subestação. “a demanda de energia da Cooperaliança no verão tem ultrapassado as previsões e é responsabilidade nossa não correr riscos por falta de capacidade de distribuição de energia em nossa concessão. Depois dessa já há projeto de uma quarta unidade na Vila São José. O investimento está projetado para 2029”, adianta

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Setor supermercadista sofre com carência de mão de obra

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Setor supermercadista tem sofrido com a falta de mão de obra. Segundo Neném do Abimar um dos motivos é a abertura dos estabelecimentos ao domingo. “Eu não culpo as pessoas. Se elas podem trabalhar em uma atividade em que no domingo podem estar com a família porque vão para os supermercados. Acho que está na hora dos empresários do setor sentarem e estabelecerem que o domingo é dia de ficar com a família. As pessoas até podem dizer que é mais fácil comprar no domingo, mas o domingo é o melhor dia para aproveitar a família. Temos que repensar isso ou não teremos mais mão de obra”, aponta

Em entrevista que concedeu a Rádio Cidade em Dia, Neném também falou da Páscoa. Ele admitiu que a inflação dos alimentos tem pesado no bolso do consumidor, mas ainda assim acredita em uma boa páscoa. “As pessoas estão comprando, com mais cuidado, mas estão comprando”. Neném também falou sobre os preços elevados de alguns itens. “Olha isso é assim desde o descobrimento do Brasil. Se o clima não ajudar o produto vai ficar mais caro. Se estiver mais interessante vender para fora é isso que vai ser feito e o produto também vai ficar mais caro. Então quanto a isso não podemos adotar a hipocrisia porque isso não é novidade e sempre foi assim”

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