Agronegócio
Das cinzas do carvão mineral, uma oportunidade para a agricultura
Das cinzas da queima do carvão mineral, uma oportunidade que pode auxiliar a agricultura. É isso que busca uma pesquisa que está sendo desenvolvida pelo Centro Tecnológico (CT) da SATC e que deverá começar os testes de campo até outubro. Iniciado em 2022, o projeto de pesquisa visa a produção de fertilizantes com a utilização de zeólitas, um mineral que pode ser encontrado na natureza ou produzido de forma sintética.
“Tínhamos uma otimização da zeólita para captura de CO2, primeiramente, depois isso evoluiu para aplicação como fertilizante através de dois trabalhos de pesquisadores do NEP – Núcleo de Energia e Síntese de Produtos do CT SATC. Aí sentiu-se a necessidade de fazer isso em escala piloto, já que tinha sito otimizado e os resultados em bancada foram muito bons e essa linha ganhou força devido a importância dos fertilizantes para o nosso país”, lembra o líder do NEP, Thiago Aquino.
As zeólitas são produzidas com as cinzas provenientes da queima do carvão mineral, misturado com um resíduo da indústria do alumínio e uma fonte de metal alcalino. Posteriormente, são inseridos os macronutrientes necessários para a fertilização do solo, como fósforo, potássio e nitrogênio.
“É importante destacar que a zeólita já tem uma característica de uso agrícola, mas como condicionador de solo, não como fertilizante. Estamos trazendo uma proposta de um fertilizante com liberação lenta dos nutrientes e com um potencial de solução da necessidade do solo igual a um fertilizante tradicional, mas que reduz o impacto ambiental”, ressalta o engenheiro agrônomo e pesquisador do CT SATC, Daniel Pazini Pezente.
Uma planta piloto foi criada, onde estão sendo realizados diversos testes em ambientes controlados. “Comparamos nosso fertilizante com fertilizantes convencionais nas mesmas condições. Estamos tendo resultados muito promissores, muito semelhantes e em alguns casos até melhores do que os fertilizantes convencionais”, destaca Pezente.
Os testes em ambiente real serão realizados no campo de demonstração da Cooperja, em Jacinto Machado, que é parceira do projeto que é fomentado pela Diamante Geração de Energia. O fertilizante produzido através da zeólita tem formato similar ao convencional para que o agricultor utilize as mesmas ferramentas de aplicação no solo. “Nossa perspectiva agora é preparar todo o material para aplicação no campo até início de outubro. As primeiras culturas que temos em vista são o milho e a soja”, explica Aquino.
Agronegócio
Epagri estima que safra de inverno 2024/2025 deve ser melhor do que a anterior
As principais culturas da safra de inverno 2024/2025 já estão a campo e as condições das lavouras são consideradas boas. Conforme dados do projeto de acompanhamento das safras desenvolvido pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), toda a área prevista para a safra de trigo e de alho já foi plantada. No caso da cebola, cerca de 59% da área de plantio estimada foi implantada até o início deste mês. As informações foram divulgadas por meio do Boletim Agropecuário do mês de agosto e também estão disponíveis nos sites do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro.
Com isso, a estimativa de maiores produtividades nesta safra de inverno está mantida para as três culturas mencionadas. Na safra 2023/2024, houve uma quebra significativa na produção devido ao excesso de chuva registrado em Santa Catarina, especialmente, em outubro e novembro. O Boletim Agropecuário é uma publicação mensal da Epagri/Cepa que reúne informações conjunturais das safras e dos mercados dos principais produtos agropecuários do Estado.
Trigo
Com o encerramento da semeadura do trigo, a estimativa de área foi atualizada. Houve uma redução de 12,43% na área plantada em comparação com aquela registrada na safra anterior. A produtividade média estadual está estimada em pouco menos de 3,6 mil quilos por hectare, o que representa um aumento de 60,69% em relação à safra 2023/2024. Com isso, a produção deve crescer cerca de 40,72%. A condição das lavouras é boa em 97% das áreas avaliadas e média nos outros 3%.
Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural, da Epagri/Cepa, João Alves, em julho, os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo ficaram praticamente estáveis. Na variação anual, em termos nominais, o preço médio recebido em julho de 2024 foi 2,2% menor do que o registrado em julho de 2023. Já na comparação do preço médio mensal de julho com os praticados nos primeiros dez dias de agosto, é possível perceber um recuo de 0,48% no valor da saca de 60kg.
Alho
O levantamento da Epagri/Cepa aponta que foram plantados aproximadamente 656 hectares de alho na safra 2024/2025, isso é uma área cerca de 34% menor do que a da safra anterior. A boa notícia é que, até o momento, a condição das lavouras é considerada boa. De acordo com o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Jurandi Gugel, a safra catarinense de alho 2023/2024 já foi comercializada. No encerramento, em junho, o preço médio pago ao produtor para o alho categorias 4-5, foi de R$14,00 o quilo, redução de 30% em relação ao mês de maio.
Sobre os preços no atacado, as cotações do alho tiveram uma redução influenciada pelo início da comercialização da produção do centro do país. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o alho classe 5 foi comercializado a R$23,79 o quilo, redução de 14,36% em relação ao início de junho. O alho classe 6 iniciou o mês a R$26,00 o quilo, redução de 13,13%, e o alho classe 7 a R$28,51 o quilo, redução de 13,07% na comparação com o mês anterior.
No primeiro semestre de 2024, as importações de alho foram de 105,76 mil toneladas, o que é 29,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Cebola
A estimativa, para a safra 2024/2025, é que a área plantada com cebola ultrapasse os 17,37 mil hectares em Santa Catarina. Isso representa uma redução de quase 6% em relação à safra anterior. Aproximadamente 59% dessa área já foi plantada e as condições das lavouras são consideradas boas. No mês de julho, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses e as cotações da cebola no atacado tiveram redução na comparação com o mês anterior. De acordo com Jurandi, isso ocorreu devido ao aumento da oferta interna da hortaliça com a intensificação da comercialização do produto oriundo do centro do país.
O preço médio pago ao produtor catarinense pelo quilo da cebola, em julho, foi de R$36,00 a saca de 20 quilos, redução de 40% em relação ao mês de junho. Na Ceagesp, o mês de julho iniciou com o preço em R$5,69 o quilo para a cebola-nacional média – redução de 17,41% em relação ao preço do início de junho, quando foi de R$6,89 o quilo. Já as importações de cebola, no primeiro semestre de 2024, foram superiores a 252 mil toneladas, maior volume dos últimos anos.
Maçã
O mercado da maçã em Santa Catarina e no Brasil, no primeiro semestre de 2024, apresentou variações nos preços e volumes comercializados, influenciados por fatores como oferta reduzida e condições climáticas adversas. No atacado catarinense, entre junho e julho de 2024, houve uma leve desvalorização no preço das maçãs, mas um aumento significativo em relação a julho de 2023. As maçãs Gala e Fuji tiveram flutuações de preço, com a primeira valorizando-se mais que a segunda.
No mercado nacional, o preço da maçã catarinense também oscilou, com desvalorização recente, mas alta em relação ao ano anterior. As importações de maçã, principalmente do Chile, aumentaram devido à menor produção interna. A produção catarinense, na safra 2023/24, teve uma redução estimada em 23,7% na comparação com a anterior, resultado de uma menor produtividade e área colhida, especialmente para as variedades Fuji e Gala.
Arroz
A safra 2023/24 encontra-se encerrada. Os preços do arrozem casca, no mês de julho, continuaram a tendência de redução observada desde o mês de junho. O aumento da oferta interna, dada a conclusão da colheita em Santa Catarina e a consequente comercialização do grão, explica o comportamento dos preços no Estado. Em relação ao comércio internacional de arroz, de janeiro a julho de 2024, as empresas catarinenses faturaram US$1,94 milhão com exportações.
Por outro lado, o valor das importações catarinenses, no mesmo período, foi 76,04% maior do que o observado no mesmo período de 2023. Entre as explicações para esse comportamento destaca-se o aumento da demanda interna e preços internacionais competitivos. No mês de julho também chegou no mercado o arroz adquirido da Tailândia pela indústria. O país asiático foi responsável por 11% do valor importado no primeiro semestre de 2024 por empresas do Estado. Entre as razões que favoreceram essa comercialização está o imposto zerado para países fora do Mercosul.
Feijão
O período atual é de entressafra do feijão. Em julho, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca teve uma valorização de 7,84% na comparação com o mês anterior (passou de R$152,69 para R$164,66 a saca de 60kg). Já para o feijão-preto, o preço médio recebido pelos produtores teve um crescimento de 8,93% em relação a junho (passou de R$202,27 para R$220,33 a saca de 60kg). Na comparação dos preços médios mensais de julho com os praticados nos primeiros 10 dias de agosto, é possível perceber um recuo de 1,24% no preço do feijão-preto e de 4,41% no preço do feijão-carioca.
No mercado atacadista, a qualidade do feijão-carioca que vem sendo comercializado em São Paulo tem limitado o número de negociações. Nesse período de entressafra, o mercado nacional é abastecido por produto proveniente de Minas Gerais e do Paraná, estados que tiveram a safra prejudicada pelo clima adverso. Já com a finalização da segunda safra do feijão-preto no Sul do país, o mercado vem sendo atendido pelos estoques paranaense e, eventualmente, argentinos. Em decorrência do expressivo volume colhido na segunda safra, as importações deverão cair significativamente.
Milho
O relatório de fechamento da safra 2023/24 confirma as estimativas anteriores da redução da área de cultivo de milho em 7,9% e da produtividade em 18,5%, que levaram à retração da produção total da safra em 24,6%. Em termos absolutos, isso representa 600 mil toneladas a menos na comparação com a safra anterior. Para a 2024/25, existe um indicativo de nova redução de área plantada. Essas informações serão divulgadas no próximo boletim.
O mercado do milho apresentou, em julho, a predominância de fatores de baixa, sobretudo em função da maior oferta da colheita da segunda safra no Brasil. Na primeira quinzena de agosto, os preços mostraram sinais de reação, com movimentos de elevação. O volume de exportações poderá levar a um movimento de alta nas cotações ao longo do segundo semestre.
Soja
A produção total para a safra 2023/24, em Santa Catarina, foi de 2,75 milhões de toneladas. Em relação à safra anterior, a estimativa final apontou para uma redução de 8,2% na produção em função de intercorrências climáticas. Esses problemas atingiram, especialmente, a segunda safra. No entanto, com o aumento da área da primeira safra, a produção de soja não teve redução mais significativa.
Sobre o mercado, após os preços da soja apresentarem elevações sucessivas desde início do ano, em julho eles recuaram. O valor médio mensal recebido pelos produtores catarinenses no mês foi de R$125,62 a saca, uma redução de 0,7% em relação ao mês de junho. O relatório do USDA de agosto, que projetou uma produção maior na atual safra dos Estados Unidos, pressionou os preços.
Bovinos
Na primeira quinzena de agosto, o preço médio estadual da arroba do boi gordo apresentou alta de 0,3% em relação ao valor registrado no mês anterior. Contudo, quando se leva em consideração o valor recebido pelos produtores em agosto de 2023, registra-se queda de 8,8%. Os preços de atacado da carne bovina, por sua vez, apresentaram variação positiva de 0,4% em relação ao mês anterior.
Segundo dados da Cidasc, sistematizadas pela Epagri/Cepa e divulgadas no Observatório Agro Catarinense, de janeiro a julho deste ano o Estado produziu e abateu 369,5 mil cabeças, alta de 7,1% em relação aos abates do mesmo período de 2023.
Frangos
Santa Catarina exportou 103,2 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em julho – altas de 11,8% em relação aos embarques do mês anterior e de 14,7% na comparação com os de julho de 2023. As receitas foram de US$206,0 milhões – crescimentos de 18,1% em relação às do mês anterior e de 5,2% na comparação com as de julho de 2023.
No acumulado de janeiro a julho, Santa Catarina exportou 666,6 mil toneladas, com receitas de US$1,28 bilhão – alta de 5,0% em quantidade, mas queda de 7,3% em receitas na comparação com os valores acumulados no mesmo período do ano passado. O Estado foi responsável por 23,6% das receitas das exportações brasileiras de carne de frango nos sete primeiros meses do ano.
Segundo os dados da Cidasc, de janeiro a julho o Estado produziu e abateu 514,8 milhões de frangos, ampliação de 1,9% em relação à produção do mesmo período de 2023.
Suínos
Em julho, Santa Catarina exportou 72,8 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos), altas de 30,7% em relação ao volume do mês anterior e de 35,5% na comparação com os embarques de julho de 2023. As receitas foram de US$174,9 milhões, altas de 35,7% na comparação com as do mês anterior e de 31,2% em relação às de julho de 2023. Esses são os melhores resultados mensais de toda a série histórica, iniciada em 1997, tanto em valor como em quantidade.
No acumulado de janeiro a julho, o estado exportou 404,2 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$918,5 milhões – alta de 8,2% em quantidade, mas queda de 0,8% em receitas na comparação com as do mesmo período de 2023. Com os resultados do último mês, as Filipinas se consolidaram como principal destino das exportações catarinenses de carne suína neste ano, com 24,3% das receitas. Santa Catarina respondeu por 58,0% das receitas e por 56,1% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.
De acordo com os dados da Cidasc, de janeiro a julho o Estado produziu e e destinou ao abate 10,55 milhões de suínos, alta de 0,1% em relação à produção do mesmo período de 2023.
Leite
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro semestre de 2024, as indústrias brasileiras adquiriram mais de 12 bilhões de litros de leite cru, 1,9% acima dos 11,797 bilhões de litros do primeiro semestre de 2023. A soma dessa quantidade com a do leite importado (kg lácteos convertidos em litros de leite equivalente) mostra que a oferta total de leite também foi 1,9% maior na comparação dos dois períodos.
As importações de lácteos cresceram significativamente em julho. Convertidas em litros de leite, são 244 milhões de litros de leite cru, volume superado apenas pelos 244,5 milhões de litros importados em dezembro de 1999. Com isso, nos setes primeiros meses de 2024, as importações atingiram o equivalente a 1,320 bilhão de litros de leite cru, 6,8% acima das importações de 1,236 bilhão de litros do mesmo período de 2023.
Segundo dados da Epagri/Cepa, em agosto, pela primeira vez em 2024, o preço médio pago aos produtores catarinenses foi inferior ao do mês anterior. Ainda assim, é o segundo mês consecutivo de preço maior do que o registrado no mesmo mês de 2023. Conforme o analista de Socioeconomia, Tabajara Marcondes, há tendência de novas quedas para os próximos meses, mas é improvável que os valores repitam os baixos patamares dos últimos meses do ano passado.
Agronegócio
Agroponte termina com mais de 80 mil visitantes
Consolidada como a maior feira do agronegócio de SC, evento já tem data confirmada para 2024
A cada edição, a AgroPonte se firma no calendário de eventos de Santa Catarina. Consolidada como a maior feira dos setores de agropecuária, agricultura familiar, indústrias e tecnologia do Estado, neste ano, o evento recebeu mais de 250 expositores e teve 30 mil metros quadrados de área. Em cinco dias, passaram pelo Pavilhão de Exposições José Ijair Conti, em Criciúma, mais de 80 mil pessoas.
A programação contou com palestras, seminários, rodada de negócios, julgamento da Raça Bovina Brahman e apresentação de cavalos da Raça Mangalarga. A feira superou as expectativas dos expositores, da organização e também dos visitantes.
“Desde quarta-feira, dia 14, quando abrimos os portões já sentimos que seria uma feira especial, e realmente foi. A programação esteve recheada de atividades e conhecimento. Recebemos mais de 80 mil pessoas em cinco dias de AgroPonte. Já vamos começar a trabalhar para a 14ª edição do evento”, observou a diretora comercial da NossaCasa Feiras e Eventos e organizadora da AgroPonte, Jaqueline Backes.
Neste ano, a AgroPonte contou com 220 bovinos PO (Puro de Origem) e PC (Puro por Cruza), ovinos e caprinos, 40 equinos, cunicultores com coelhos e similares, peixes e abelhas sem ferrão. A feira ainda recebeu o boi da Raça Brahman mais pesado do Brasil.
O público visitou também 42 cooperativas da agricultura familiar, indústrias, revendas e concessionárias de máquinas, tratores, colheitadeiras, equipamentos, ferramentas, tecnologias e insumos para a produção no agronegócio, agricultura e pecuária.
O empreendedor Alex Buratto é proprietário da empresa Keylex Alimentos, de Lages (SC), e participou da AgroPonte pela terceira vez e novamente conseguiu vender seus produtos coloniais como queijos e geléias. “Esse ano foi sucesso total. Percebemos que a demanda pelos produtos da Serra Catarinense está cada vez maior e a aceitação está ótima. Fizemos muitas vendas e vendemos todos os produtos que trouxemos já no primeiro dia de AgroPonte. Com isso, precisamos mandar buscar mais. Além disso, fizemos muitos contatos ao longo da feira e, com certeza, o pós evento também será bem bom”, comenta.
Buratto destaca que a AgroPonte é um exemplo de feira para outros municípios. “É um evento referência de organização para outras regiões de Santa Catarina. É um ambiente familiar e que atrai o público, poderíamos ter mais eventos deste porte no Estado”, ressalta.
Já a Industrial Pagé, de Araranguá (SC), participou pela primeira vez da AgroPonte e espera estar presente nas próximas edições. A empresa atua com silos para armazenagem de grãos. “Viemos para expor a marca e não esperávamos ter tanta recepção e visitantes. Tivemos muitos clientes nos visitando, fechamos negócios e marcamos reuniões para os próximos dias. Com certeza, estaremos novamente na edição de 2025, pois realmente foi muito bom para nós”, frisa Otávio Joaquim, representante comercial da empresa.
O diretor da NossaCasa Feiras & Eventos e idealizador da AgroPonte, Willi Backes, ressaltou o momento do agronegócio no Sul de Santa Catarina. “A AgroPonte se consolidou como um evento essencial para Santa Catarina, destacando-se como um ponto de encontro crucial para o setor agropecuário. Com o crescimento contínuo do agronegócio na região Sul do Estado, a feira é um ambiente oportuno para negócios, troca de conhecimentos, inovações tecnológicas e estratégias de mercado. Além de fortalecer a economia local, o evento promove a integração entre produtores, fornecedores e especialistas, ampliando oportunidades e impulsionando o desenvolvimento sustentável do setor”, afirma.
Rodada de Negócios
A 13ª edição da AgroPonte também contou com a Rodada de Negócios entre empresários e 42 associações. Diferente dos anos anteriores, em que a rodada acontecia no meio dos expositores, neste ano, ela ocorreu em um ambiente mais reservado.
Em média, 15 famílias de produtores participaram da rodada e eles apresentaram seus portfólios de produtos para os compradores, que foram supermercados, casas atacadistas e boxistas das Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) de Tubarão. A Rodada de Negócios foi uma parceria entre AgroPonte, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Ceasa e Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
“A rodada de negócios foi um sucesso, tanto da participação dos agricultores, dos boxistas, dos supermercadistas e os atacadistas. Todos comentaram com felicidade o sucesso desse momento da rodada. Os mercados que vieram, os compradores passaram em todos os agricultores, conversaram com todos que estavam ali, todos os boxistas também. Vários agricultores falaram do sucesso e já iniciamos o planejamento para a quarta edição para 2025”, declara Marcelo Silva Pedroso, médico veterinário da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e coordenador da feira no setor de Agricultura Familiar.
A empresa Farinha de Mandioca Pais e Filhas, de Araranguá, participou da Rodada de Negócios. “Achei muito bom, um momento bem produtivo e acredito que teremos bons resultados da Rodada. Foi a primeira vez que participamos e achei interessante as empresas estarem ali para nos conhecermos, conhecerem os produtos e os produtores. Já vendemos nossos produtos para alguns supermercados, mas buscamos mais parcerias e acreditamos que com a Rodada de Negócios isso será possível”, detalha.
Data para 2025
Já tem data marcada para a 14ª AgroPonte. Em 2025, o evento ocorre de 13 a 17 de agosto.
Agronegócio
AgroPonte: cultivo hidropônico oportuniza um plantio sem o uso do solo
Plantar, cultivar e colher sem a necessidade da terra. Parece estranho, mas é possível por meio do cultivo hidropônico. Esta técnica é bastante utilizada para a produção de hortaliças, frutas e verduras e pode ser realizada em escala doméstica e comercial. As raízes da planta ficam submersas em uma solução que contém todos os nutrientes necessários considerando a espécie cultivada, o estágio de crescimento, a iluminação e a temperatura do ambiente. A empresa Sanga Funda Agro, de Içara, trouxe a técnica para a 13ª edição da AgroPonte. A feira ocorre no Pavilhão de Exposições José Ijair Conti, em Criciúma.
O gerente comercial e engenheiro agrônomo, Bruno Henrique Novak, conta que a técnica exige um constante monitoramento do ambiente, tanto dos nutrientes utilizados, como também da iluminação e temperatura. “O setor de hidroponia é um mercado que já vem de um longo tempo, mas faz cinco anos que se destacou um pouco mais. Não é preciso plantar em campo aberto, conseguimos fazer tudo isso no sistema de reaproveitamento de água, colocando os adubos, fertilizantes na água e isso vai sendo reaproveitado. É uma técnica bastante rentável”, explica.
Novak destaca que o clima influencia diretamente no cultivo e, por isso, o sistema ajuda. “Pensando agora também no nosso clima, estamos em um ano com um clima ruim, com muita chuva ou tempo seco, sendo que dentro de estufa, com um sistema hidropônico, conseguimos colher. Às vezes tarda um pouco mais o ciclo, mas a produção não para”, garante. “Temos muitos produtores com problemas de pragas e doenças, e na estufa conseguimos produzir e evitar esse problema”, acrescenta.
Como o sistema hidropônico funciona?
A solução nutritiva utilizada na hidroponia não é água pura, pois contém nutrientes para as plantas. O cultivo é feito dentro de estufas ou de estruturas menores. “Colocamos todos os nutrientes, que circulam dentro de todas as canaletas de irrigação. É um sistema próprio e fácil de trabalhar e rentável. Hoje, é uma alternativa para produtos que querem ingressar no cultivo, pois é um serviço leve”, frisa.
O sistema hidropônico é feito por automação, sendo tudo controlado por aplicativo. Ou seja, não é preciso que o produtor esteja na estufa. “O objetivo da automação é ajudar os produtores com a mão de obra, que hoje é tão difícil. Com a automação é possível trabalhar com a tecnologia sem necessidade de um funcionário, por exemplo”, comenta.
O diretor da NossaCasa Feiras & Eventos e idealizador da AgroPonte, Willi Backes, ressalta que o objetivo da feira é exatamente esse: mostrar aos visitantes e expositores serviços que ajudem nos setores de agropecuária, agricultura familiar, indústrias e tecnologia. “Temos mais de 250 expositores com serviços, produtos e que podem ajudar demandas antigas. É bom vermos que empresas estão trabalhando com soluções. Por aqui, os visitantes podem encontrar essas tecnologias tão importantes para o agronegócio”, observa.
AgroPonte
A feira segue até este domingo, dia 18. Neste ano, a AgroPonte conta com 220 bovinos PO (Puro de Origem) e PC (Puro por Cruza), ovinos e caprinos, 40 equinos, cunicultores com coelhos e similares, peixes e abelhas sem ferrão. A feira recebe ainda o boi da Raça Brahman mais pesado do Brasil.
O público ainda pode visitar 42 cooperativas da agricultura familiar, indústrias, revendas e concessionárias de máquinas, tratores, colheitadeiras, equipamentos, ferramentas, tecnologias e insumos para a produção no agronegócio, agricultura e pecuária.
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