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Exótica, rentável e cheia de charme
Criciúma
No pé ou na gôndola do mercado, ela não passa despercebida. A pitaia – palavra de origem indígena que significa fruta de escama – chama atenção dos brasileiros não apenas pelo visual: rica em antioxidantes, está na lista de preferência dos consumidores de alimentos funcionais, aqueles que oferecem benefícios à saúde. Atentos a essa demanda, produtores rurais catarinenses estão investindo no cultivo e se surpreendendo com o rendimento que a cultura vem gerando.
A pitaia é um cacto perene com polpa delicada, rica em vitamina C (Foto: Aires Mariga/Epagri)
Segundo o coordenador de fruticultura da Epagri no sul do Estado, engenheiro-agrônomo Reginaldo Ghellere, o produtor consegue vender o quilo por até R$8. Levando em conta os gastos com a produção, o rendimento é significante, como relata Sérgio Cibien, do município de Turvo, no Sul de Santa Catarina. De cada mil reais obtidos com a venda da fruta, R$700 ficam com a família. Há sete anos ele cultiva pitaia com a esposa Sônia e com o filho Ronaldo. “Com as vendas da primeira safra já paguei todo o investimento inicial”, diz.
O cultivo comercial da pitaia em Santa Catarina começou em 2010 e o Estado já é o segundo maior produtor brasileiro, perdendo apenas para São Paulo. Segundo dados do IBGE, em 2017 o Estado produziu 328,4 toneladas, 270 delas somente em municípios do Sul Catarinense, onde Turvo lidera a produção. Naquele ano havia 120 propriedades rurais em Santa Catarina produzindo a fruta – 80 somente no Sul do Estado. Os números são expressivos, embora fruta ainda seja desconhecida por muita gente.
Ghellere destaca que a Epagri atua na organização dos produtores de pitaia desde que eles se interessaram pela cultura, seja para troca de experiências, capacitação, orientação técnica ou para melhorar a comercialização. “A Copervalesul, cooperativa com sede em Turvo, por exemplo, tem a pitaia como um dos produtos principais e sempre conseguiu novos mercados para a fruta, produzida por 24 associados. A cooperativa, por incentivo da Epagri, recebeu recursos para aquisição de câmaras frias e com isso consegue fazer todo o processo de pós-colheita: seleção e padronização das frutas, armazenamento e comercialização”, relata Reginaldo.
A nutricionista Cristina Ramos, extensionista da Epagri de Florianópolis, acredita que a procura pela pitaia se deve muito por conta das diferentes substâncias com atividade antioxidante que a fruta possui: vitamina C na polpa, betalaína na casca e polifenóis na antecasca. “Substâncias antioxidantes são usadas na prevenção e no tratamento de algumas doenças, como câncer, doenças cardiovasculares e Alzheimer”, explica a extensionista.
As frutas com casca vermelha e polpa branca ou vermelha são as mais produzidas no País (Foto: Aires Mariga/Epagri)
Características
A Colômbia e o México são os principais produtores mundiais, mas países asiáticos como Indonésia e Vietnã também possuem grandes produções de pitaia. A planta é um cacto e a fruta tem a polpa delicada, leve e refrescante, lembrando um pouco o kiwi. Sua produção vai de dezembro a abril.
Segundo o pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Itajaí, engenheiro-agrônomo e biólogo Alessandro Borini Lone, as espécies mais comuns são as Hylocereus undatus (frutos com casca vermelha e polpa branca), Hylocereus polyrhizus (frutos com casca e polpa vermelhas) e Hylocereus megalanthus (frutos com casca amarela e polpa branca). No Brasil há uma espécie nativa, a Selenicereus setaceus (pitaia do cerrado), que se diferencia por ser bem menor, de 40 a 70g, enquanto as espécies do gênero Hylocereus podem ultrapassar um quilo.
A pitaia é uma planta perene. A maioria das espécies é originária de florestas úmidas, adaptando-se bem a ambientes quentes e úmidos. “A única precaução quanto a fatores climáticos é a incidência de geada, que pode matar a planta. Por conta disso, no Rio Grande do Sul existem produtores que cultivam a pitaia amarela em estufa”, conta Alessandro.
As flores duram apenas uma noite: abrem por volta das 22h e fecham em torno das 9h do dia seguinte (Foto: Lidiane Camargo/Epagri)
Por ser uma planta rústica, a pitaia demanda poucos tratos culturais e se dá muito bem em sistema orgânico. Esse é um dos motivos que têm levado os produtores catarinenses a trocar outras culturas pela fruta, como aconteceu com a agricultora Teresinha Picolo, 63 anos, de Criciúma, que plantava maracujá. “O maracujá tinha um excelente mercado, mas precisava de muito veneno pra produzir”, diz ela, que cultiva mil pés de pitaia em sociedade com a irmã Maria, 61, há sete anos.
Os principais problemas que o cultivo da pitaia enfrenta são os ataques da formiga cortadeira – que ataca flor, fruto e broto – e da abelha nativa, que consome o pólen e não poliniza. Uma das soluções indicadas por Alessandro é usar repelente natural.
Ao demandar poucos tratos culturais, o cultivo da pitaia é considerado leve pelos agricultores familiares. As irmãs de Criciúma confirmam. “Trabalhamos com a cultura de segunda a quinta-feira. O serviço é leve e tranquilo. Corrido mesmo é só na colheita, pois tem dia certo para que a fruta esteja no ponto”. Corrido ou não, elas não deixam de tratar a pitaia com delicadeza: assim que colhidas, as frutas são acomodadas em um carrinho de mão com todo o cuidado para não bater.
Geral
Criciúma confirma mais duas mortes por Coronavírus
Criciúma
Já são 98 as mortes provocadas pelo novo Coronavírus em Criciúma. Os últimos dois casos foram confirmados nesta quarta-feira, no Boletim Epidemiológico encaminhado à imprensa.
As vítimas desta quarta-feira são uma mulher de 84 anos e outra de 91. As duas vítimas eram portadores de comorbidades e estavam internadas em leitos de UTI. Nos últimos dois dias foram cinco mortes confirmadas na cidade.
Polícia
PRF flagra pássaros silvestres em caixas de leite
Tubarão
Policiais Rodoviários Federais prenderam um homem por crime ambiental. Eles faziam uma blitz de rotina quando um motorista de um polo de Criciúma desobedeceu a ordem de parada. Ele acabou parando o carro cerca de 300 metros a frente da barreira Policial e tentou dispensar em um matagal uma caixa de papelão.
O motorista foi contido e a caixa recuperada. Nela os policiais encontraram dez caixas de leite. Dentro das embalagens estão escondidos dez pássaros Silvestres. Foram recuperados sete Bicos de Pimenta e outras três Trinca Ferro. O homem de 44 anos contou a Polícia que havia comprado as aves em Florianópolis e estava levando para Criciúma.
Diante dos fatos ele foi levado a delegacia para os procedimentos legais.
Economia
Criciúma e Içara lideram a geração de empregos na Amrec
Criciúma
Dados divulgados pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, mostram que Criciúma e Içara foram os grandes responsáveis por impulsionar a geração de empregos na Amrec ao longo do Mês de agosto. Juntas as duas cidades geraram mais da metade dos 1,473 empregos criados nos 12 municípios da região.
Segundo o relatório Criciúma terminou agosto criando 535 vagas com carteira assinada. Içara aparece em segundo com 383. Também terminaram com saldo positivo os municípios de Urussanga (127), Siderópolis (124), Nova Veneza (114) Forquilhinha (106), Morro da Fumaça (54), Treviso (20), Orleans (13) e Cocal do Sul (12). Saldo negativo apenas em Lauro Müller (-5) e Balneário Rincão (-10).
No acumulado do ano Içara se destaca
Quando os dados levam em conta todas as vagas criadas de janeiro até agosto o grande destaque acaba ficando com Içara. Impulsionada pela vinda de grandes empresas como Atacadão e Combo a cidade acumula saldo positivo de 495 vagas. A cidade é seguida de Forquilhinha que acumula a criação de 442 vagas e Urussanga, com saldo positivo de 400 novos postos de trabalho. Nesse quesito Criciúma é o destaque negativo com o fechamento de mais de mil postos de trabalho.
Confira os dados no acumulado do ano.
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Cidades