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Agronegócio

Arroz: Crise de preços e estoques altos geram apreensão no Sul de SC e RS com o início da nova safra

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A cadeia produtiva do arroz no Sul do Brasil iniciou o plantio da safra 2025/2026 sob forte apreensão. Com os preços do grão abaixo do custo de produção, o cenário é de dificuldades para produtores e indústrias em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Em SC, a área plantada será de 143,4 mil hectares, uma redução de 1,30% em relação à safra anterior, com a produção projetada caindo 6,14%, segundo a Epagri/Cepa.


Preços não cobrem o custo e produtor está sem capital

O principal dilema é a baixa remuneração. O preço ideal da saca de 50 kg deveria ser de R$ 75 para cobrir os custos, mas hoje está sendo comercializada a cerca de R$ 51.

O engenheiro agrônomo Douglas George de Oliveira, da Epagri, alerta que a menor capitalização dos produtores resulta em menos investimento, o que impacta diretamente a produtividade.

O produtor Claudionir Roman, de Nova Veneza (SC), expressa a preocupação da categoria: “Todo mundo está arriscando. Só que essa arriscada pode ser fatal lá na frente. Ninguém vê uma luz no fim de tudo. Se o preço não reagir, vem a quebradeira. Por isso, alguém tem que tomar alguma atitude”.


Indústrias preveem rentabilidade zero e pedem socorro ao Governo

As indústrias orizícolas catarinenses e gaúchas enfrentam custos altos e margem de lucro inexistente.

Walmir Rampinelli, presidente do SindArroz-SC, afirma que o mercado segue sem perspectiva de melhora até o próximo ano e teme demissões. Ele cobra a intervenção do Governo Federal:

“O governo precisa fazer a sua parte, adquirindo, pelo menos, 1 milhão de toneladas para desafogar os estoques de passagem. Dessa forma, gradativamente o mercado poderá voltar ao patamar inicial”, defende Rampinelli.

Carlos Eduardo Borba Nunes, presidente do SindArroz-RS, reforça que a situação é grave para ambos os estados, projetando até dois anos de “rentabilidade muito próxima a zero”. Ele aponta que o setor só deve começar a se recuperar no segundo semestre de 2027, devido ao deprimido mercado internacional, afetado pelas supersafras da Índia.

Nunes e Rampinelli concordam que, sem uma ação coordenada e sensibilidade do governo, o setor essencial para a segurança alimentar do país pode não resistir ao período crítico.

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Agronegócio

BNDES destina R$ 60 milhões para fortalecer produção de alimentos saudáveis com bioinsumos

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O setor de produção de alimentos saudáveis vai receber um aporte de R$ 60 milhões em recursos não reembolsáveis, voltados para cooperativas da agricultura familiar, por meio do programa BNDES Bioinsumos.

Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a iniciativa tem como objetivo ampliar a produção e a “multiplicação de bioinsumos acessíveis e replicáveis”. Os bioinsumos, produzidos a partir de microrganismos e resíduos vegetais e orgânicos, são utilizados na fertilização do solo e no controle de pragas, além de contribuírem para o desenvolvimento sustentável da agricultura, da pecuária, da aquicultura e das florestas. O projeto conta com apoio técnico da Embrapa.

A chamada pública para selecionar as iniciativas será lançada em breve, com prioridade para projetos das regiões Norte e Nordeste. A proposta é incentivar a instalação de unidades industriais e semi-industriais que promovam a transição tecnológica para o uso de bioprodutos, integrados aos agroecossistemas, visando ampliar a oferta de alimentos saudáveis.

De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a medida atende compromissos do governo federal.

“O BNDES Bioinsumos atende a dois compromissos históricos do governo Lula: além de contribuir com o aumento da produção de alimentos saudáveis, garantindo a segurança e soberania alimentar e nutricional, essa iniciativa fortalece a geração de renda de cooperativas da agricultura familiar, ao ampliar o acesso aos bioinsumos, com menores custos e maior produtividade”, afirmou.

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Agronegócio

Feira AgroPonte 2025 entra para a história com recordes de público e de negócios

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A 14ª edição da AgroPonte consolidou a feira como o maior evento do agronegócio em Santa Catarina e um dos principais do Sul do Brasil. Realizada no Centro de Eventos José Ijair Conti, em Criciúma, a feira registrou recordes de público, expositores e volume de negócios.

Segundo a organização, 25 mil pessoas passaram pelo evento em um único dia. “Nosso objetivo era realizar uma edição histórica, e ela ficará marcada. Foram quase 200 expositores em mais de 25 mil metros quadrados”, destacou Jaqueline Backes, diretora da NossaCasa Feiras & Eventos.

A agricultura familiar teve forte presença, com 45 cooperativas representando mais de 2 mil propriedades rurais, muitas delas do Sul e da Serra Catarinense, com apoio da Epagri, Cidasc e da Secretaria de Agricultura do Estado.

O evento também recebeu autoridades. O governador Jorginho Mello ressaltou que o agro representa 35% do PIB catarinense. Já o prefeito Vagner Espíndola, o Vaguinho, afirmou que a feira “se espalha pela cidade e movimenta a economia”.

Expositores celebraram os resultados. Mariana Martinello Cechinel, da Terra de Ferro, destacou a boa receptividade aos produtos: “Nosso doce de tomate foi um sucesso”. Já Ilene Zanivan Martinello, da Leninha Cucas e Tortas Gourmet, comemorou: “A meta era vender 1.500 cucas, e superamos 2 mil”.

Além dos negócios, a AgroPonte promoveu palestras, oficinas, exposições de animais, equoterapia e o tradicional julgamento de raças, que neste ano trouxe premiações alusivas ao centenário de Criciúma.

A 15ª AgroPonte já tem data confirmada: acontece de 12 a 16 de agosto de 2026, novamente em Criciúma.

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Agronegócio

Produtores de pitaya aproveitam AgroPonte para ampliar negócios na região

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Tiago de Mattos Nascimento e o irmão Diego, produtores de pitaya em São João do Sul, veem na Feira AgroPonte, em Criciúma, uma oportunidade de expandir a venda de frutas para o Sul de Santa Catarina. Atualmente, a maior parte da produção é comercializada em São Paulo.

Na tarde desta quinta-feira (14), os irmãos participaram da 4ª edição da Rodada de Negócios da Agricultura Familiar, que conecta produtores a supermercadistas e empresários da Ceasa (Centrais de Abastecimento de SC).

“É muito importante estar aqui. A feira conecta o produtor ao cliente e, através desse encontro, vamos conseguir vender também na região”, afirma Tiago.

Tiago administra a empresa Ouro Doce, voltada para pitaya, enquanto Diego comanda a Nascimento Comércio de Frutas, focada em maracujá. Na AgroPonte, eles apresentaram também a pitaya de inverno, considerada a mais doce e a mais exportada do mundo.

“Ela veio do Equador e tem diferencial no sabor. É muito procurada pelos benefícios à saúde, ajuda a prevenir câncer e auxilia na perda de peso”, destaca Tiago.

Ponte entre campo e cidade

A Rodada de Negócios reúne produtores expositores da AgroPonte e 15 compradores entre supermercados, atacadistas e boxistas da Ceasa. O evento é coordenado pelo médico veterinário da Epagri, Marcelo Pedroso.

“O forte da Rodada são os hortifrutis, mas também produtos como queijos, embutidos e bebidas. Mais do que comercialização, é a ponte para fechar negócios após a feira”, explica.

Ceasa estimula novos negócios

A Ceasa atua como central de alimentos, permitindo comércio direto com produtores ou por meio de empresas que licitam espaços. O diretor técnico da Ceasa-SC, Emerson Martins, destaca a importância da participação do órgão na rodada.

“Nossa contribuição é trazer empresários da Ceasa para negociar com supermercadistas e produtores rurais. No ano passado vieram quatro, neste ano são nove. É um network: quem tem produto mas não tem logística encontra quem tem logística e quer vender”, brinca.

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